Gorduras - ingredientes da fertilidade

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Gorduras: ingredientes da fertilidade


O recado para quem deseja ter filhos, mas vive de dieta e sem orientação, vem de pesquisadores da prestigiada Universidade Harvard, nos Estados Unidos. E tem como alvo principal o público feminino que adota cardápios tão restritivos que a gordura, seja ela qual for, passa longe. O estudo, recém-publicado no periódico científico Human Reproduction, da Sociedade Européia de Reprodução e Embriologia, avaliou os hábitos alimentares de 18 555 voluntárias durante oito anos. A constatação dos cientistas: cardápios muito desengordurados estão relacionados à infertilidade.

No grupo que só consumia laticínios desnatados, achando que eles proporcionariam toda a gordura necessária para o seu corpo, foram frequentes diversas manifestações de problemas ovulatórios. E, se não há ovulação, óbvio, não há a menor probabilidade de engravidar. Até o mal-afamado colesterol tem papel importantíssimo na fecundação. Ele é fundamental para a fabricação do hormônio feminino estrógeno. A família das gorduras, ou lipídios, responde ainda por uma série de funções no nosso organismo.

Para começar, o nutriente entra na composição de membranas celulares e colabora para o aproveitamento das vitaminas A, D, E e K. Ou seja, as gorduras precisam ser vistas com outros olhos, sem tantos preconceitos, já que sem elas o organismo da candidata à mamãe não funcionará a contento para acolher a nova vida.

Quem planeja engravidar não precisa, porém, correr para a churrascaria mais próxima e se acabar na picanha nem lotar o prato de fritura e se fartar de sobremesas cobertas de chantilly. Afinal, o outro extremo leva ao ganho de peso. Parece até contraditório, mas, assim como a falta de gordura prejudica a ovulação, o seu excesso também tem forte relação com a infertilidade. Quando se engorda demais, aumentam os riscos de desequilíbrios hormonais. Isso porque o tecido adiposo, principalmente aquele que se concentra na barriga, é uma verdadeira usina de substâncias que interferem na função das glândulas. O acúmulo de células de gordura, ou adipócitos, leva à produção exagerada de um tipo de estrógeno pouco eficiente, a estrona.